domingo, 29 de novembro de 2009
Casos de dengue aumenta 785% em um ano em FortalezaA reintrodução do vírus tipo 1 da dengue, com maior poder de infeccioso, somado à falta de prevenção da população contra o mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, contribuíram para o aumento do índice de mortalidade da moléstia em Fortaleza de 2008 para 2009. No ano passado, esse índice chegou a 0,56 por cada mil casos. Esse ano, a mortalidade alcançou 4,4 para cada mil infectados pelo mosquito. Um aumento de 785% em apenas 12 meses.
E com uma diferença: em 2008,foram 33.845 notificações confirmadas da doença, com 19 mortes. Em 2009, são 3.830 registros, com 17 mortes. Uma redução do número de casos confirmados da doença de 89%. Os dados fazem parte do último Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), divulgado na última sexta-feira.
O titular da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alex Mont´Alverne, alerta para a questão e afirma que sem a mobilização da população fica muito difícil combater o avanço da doença. "O vírus continua entre nós e não será banido sem uma ação cidadã de cada um. Hoje, os focos do mosquito estão dentro de casa e não mais no espaço público, devido ao trabalho realizado permanentemente pela gestão municipal".
Mont´Alverne pede para que todos redobrem os cuidados para evitar os focos do mosquito. Ele se diz preocupado com o retorno do vírus tipo1, além da circulação dos tipos 2 e 3. "O mais grave é que ele chegou com grande poder de virulência e atinge, principalmente, as crianças e pessoas que não se contaminaram".
Outro fator agravante, aponta, é que as pessoas infectadas não procuram atendimento médico com rapidez. "Elas chegam aos postos e hospitais já em estado grave da doença, o que complica muito o tratamento, podendo levar à morte".
Em mais outra ação de mobilização contra o mosquito, a SMS promoveu o Dia D de Combate à Dengue. O objetivo foi intensificar o alerta para que toda a sociedade se mobilize e adote uma postura pró-ativa nas ações de prevenção, já que a temporada das chuvas se aproxima. As atividades aconteceram por toda a cidade. Na Praça da Matriz, em Messejana, bairro de maior número de casos da Capital, com 164 de pessoas infectadas, alunos de sete escolas, além de agentes de endemias e profissionais de saúde participaram o Pré-Fortal da Dengue.
Lá, com a presença do titular da SMS, programação variada chamou a atenção da comunidade sobre a importância da prevenção. "Eu já tive dengue, mas minhas filhas pequenas, não. Isso me preocupa muito e não deixo nada que possa servir de criadouro", diz a dona-de-casa, Maria de Jesus Pinheiro.
No Mercado São Sebastião, no Farias Brito, também ocorreram atividades como exposição do ciclo evolutivo do Aedes aegypti, abordagem educativa com distribuição de folders com informações sobre a dengue e sessão de vídeo.
No Cais do Porto, no Vicente Pinzón, houve uma passeata de estudantes, a partir da Escola Godofredo Castro pelas ruas do bairro. Além disso, apresentações de teatro com o tema "dengue" e de paródias alertaram para a prevenção. A programação da Vila União contou com gincana escolar e apresentação de danças. "A gente não pode é baixar a guarda", afirma o porteiro José Pereira.
Diário do Nordeste
29/11/2009 10:12h
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