quinta-feira, 11 de março de 2010

 O PAPEL DO PEDIATRA
NA DENGUE 
 


 









Doutor, meu filho está há 2 dias com febre alta, contínua, cefaléia, calafrios, mialgia, vômitos…




...é uma simples virose!
...o que será que ele tem Dr.?




PODE SER DENGUE? 
1º QUESTIONAMENTO




FORMAS CLÍNICAS VARIADAS 
DENGUE 
VÍRUS 
VETOR 
RESPOSTA
IMUNOLÓGICA 
HOMEM
SUSCETÍVEL




DENGUE 
SÍNDROME
FEBRIL 
SÍNDROME
EXANTEMÁTICA 
SÍNDROME
HEMORRÁGICA 
  • MALÁRIA
  • IVAS
  • ROTAVIROSE
  • INFLUENZA
  • HEPATITE VIRAL
  • LEPTOSPIROSE
  • MENINGITE


  • RUBÉOLA
  • SARAMPO
  • ESCARLATINA
  • MONONUCLEOSE
  • EXANTEMA SÚBITO
  • ENTEROVIROSES
  • ALERGIAS


  • MENINGOCOCCEMIA
  • SEPTICEMIA
  • S. HENOCH-SHONLEIN
  • PTI
  • FEBRE AMARELA
  • MALÁRIA GRAVE
  • LEPTOSPIROSE

SÍNDROME
DO CHOQUE




Subclínica
Febre 
Dengue clássico 
FHD
Dengue é uma só doença!




HÁ REALMENTE SUSPEITA DE DENGUE 
2º QUESTIONAMENTO




QUADRO CLÍNICO 
0 - 48 horas:
Febre (até 7 dias)
Cefaléia
Dor retrorbitária
Dor em músculos e articulações
Exantema (50%)
Discreta dor abdominal
Diarréia (infrequente)
DR ERIC MARTINES, 2007




EXANTEMA
(PACIENTE COM DENGUE CLÁSSICA)




AO FINAL DO 2° DIA E INÍCIO DO 3º DIA
 
Petéquias
Epistaxis
Gengivorragia
Vômitos (com estrias de sangue)
Sangramento por punção
Hematúria
Prova do laço positiva
DR ERIC MARTINES, 2007




ETAPA “CRÍTICA”
(3º - 5º dia)
Convergência de pressão arterial
Hipotensão
Choque
Hematemese
Hemorragia pulmonar 
DR ERIC MARTINES, 2007




ETAPA “CRÍTICA”
(3º - 5º dia, crianças)
(3º - 6º dia, adultos) 
Queda da febre
Dor abdominal
Derrame pleural
Ascite
Vômitos (frequentes)
Elevação do hematócrito
DR ERIC MARTINES, 2007




CHOQUE RECORRENTE OU PROLONGADO
(> 12 - 24 HORAS)
DIFICULDADE RESPIRATÓRIA
Rx Tórax:
Edema pulmonar
intersticial 
DR ERIC MARTINES, 2007




ETAPAS CLÍNICAS DO DENGUE HEMORRÁGICO 
ETAPA FEBRIL 
Manifestacões gerais Sangramentos menores SINAIS DE ALARME
ETAPA CRÍTICA
CHOQUE HEMATEMESE
ETAPA DE RECUPERACÃO
Com ou sem
superinfecção bacteriana
DR ERIC MARTINES, 2007




O PACIENTE TEM SANGRAMENTO? 
3º QUESTIONAMENTO




SANGRAMENTO NA DENGUE 
ESPONTÂNEO 
INDUZIDO 
PROVA DO LAÇO 
NEGATIVA 
GRUPO A 
POSITIVA 
GRUPO B 
AUSÊNCIA DE SINAIS DE ALERTA




PROVA DO LAÇO 
Garrotear por 3 minutos mantendo na pressão média  
Negativo: 0 a 9 petéquias
Positivo: 10 ou mais petéquias
2,5 5,0 cm




PROVA DO LAÇO POSITIVA




QUAL É O ESTADIAMENTO DO PACIENTE ? 
4º QUESTIONAMENTO




ESTADIAMENTO CLÍNICO
 
GRUPO A
 
 QUADRO CLÍNICO CLÁSSICO
 HISTÓRIA EPIDEMIOLÓGICA COMPATÍVEL
  • SEM SANGRAMENTOS
  • SEM SINAIS DE ALARME




DENGUE
COMO CONDUZIR O 
GRUPO A? 
SEM SANGRAMENTO E SEM SINAIS DE ALARME
- Hemograma completo: situações especiais
Sorologia ELISA IgG e IgM: períodos endêmicos
períodos epidêmicos
- Tratamento ambulatorial
- Hidratação oral: soro oral + estimular ingesta de líquidos
- Analgésicos, antitérmicos
- Orientar sinais de alerta
- Agendar retorno: reestadiamento + coleta de exames
- PA em 2 posições





ESTADIAMENTO CLÍNICO  
GRUPO B 
     
 QUADRO CLÍNICO CLÁSSICO
         HISTÓRIA EPIDEMIOLÓGICA        COMPATÍVEL 

      PROVA DO LAÇO POSITIVO OU
         MANIFESTAÇÕES HEMORRÁGICAS       ESPONTÂNEAS

     SEM SINAIS DE ALARME




DENGUE
COMO CONDUZIR O 
GRUPO B? 
COM SANGRAMENTO E SEM SINAIS DE ALARME
    Ht > 10% do basal ou > 42%:  
      - hidratação oral em observação ou parenteral: fase rápida (50ml a 100ml/kg em 4h) 
      - reavaliação clínica e refazer Ht 
      - reestadiamento 
      - sintomáticos




O PACIENTE TEM SINAIS DE ALARME? 
4º QUESTIONAMENTO




DENGUE
SINAIS DE ALARME
 
      LABORATÓRIO
          Elevação de hematócrito          
          Diminuição de plaquetas 

 CLÍNICO
Dor abdominal intensa e constante
Vômitos frequentes
Irritabilidade, letargia
Queda brusca da temperatura ou hipotermia







DENGUE
PACIENTE COM SINAIS DE ALARME
(COM OU SEM SANGRAMENTO)
 
GRUPO C 
SEM HIPOTENSÃO ARTERIAL 
CHOQUE COMPENSADO 
DESIDRATAÇÃO 
GRUPO D 
COM HIPOTENSÃO ARTERIAL 
CHOQUE DESCOMPENSADO




DENGUE
COMO CONDUZIR O 
GRUPO C? 
COM SINAIS DE ALARME 
- Hospitalização
  • Fase rápida de hidratação: SF ou Ringer Lactato
      20ml/kg (até 3 vezes ou mais) + reavaliação
- Fase de manutenção de hidratação
- Solicitar: Hemograma Completo, eletrólitos, TGO, TGP, albumina, raio x de tórax, US de abdômen, gasometria




DENGUE
COMO CONDUZIR O 
GRUPO D? 
SÍNDROME DO CHOQUE DA DENGUE (SCD) 
- Uso de concentrado de hemácias: hemorragias importantes
- Uso de concentrado de plaquetas (controverso):
< 20.000/mm3 + sangramentos importantes
- Reestadiamento periódico
Sorologia para dengue IgG/IgM e isolamento viral




DENGUE
COMO CONDUZIR O 
GRUPO D? 
SÍNDROME DO CHOQUE DA DENGUE (SCD) 
- Hospitalização / UTI / monitorização contínua
  • Fase de expansão do choque: SF ml/kg por 20min + reavaliações

- Fase de manutenção de hidratação
- Uso de plasma ou albumina: choque refratário
- Uso de plasma fresco: coagulopatia de consumo




ACHADOS CLÍNICOS - FHD 
  • HEPATOMEGALIA DOLOROSA
  • HEMORRAGIAS
  • EDEMA GENERALIZADO
  • DOR ABDOMINAL
  • SINAIS DE DESIDRATAÇÃO
  • HIPOTENSÃO
  • CHOQUE




EXANTEMA PETEQUIAL
(PACIENTE COM FHD)




PACIENTE COM FHD




ACHADOS DE IMAGEM - FHD 
  • DERRAME PLEURAL
  • ASCITE
  • ESPESSAMENTO DE PAREDE DA VESÍCULA BILIAR
  • EDEMA DE PÂNCREAS
  • HEPATOMEGALIA
  • ESPLENOMEGALIA
  • LÍQUIDO PERICOLECÍSTICO
  • VESÍCULA HIPERDISTENDIDA




Achados de ultra-sonografia – dengue/FHD - HUUMI  
Ascite e aumento da espessura da parede vesicular




QUAIS EXAMES PODEM SER SOLICITADOS NADENGUE? 
5º QUESTIONAMENTO




EXAMES LABORATORIAIS INESPECÍFICOS 
    • HEMOGRAMA COMPLETO

    • TRANSAMINASES

    • PROTEINOGRAMA: ALBUMINA

    • PESQUISA DE HEMATOZOÁRIOS




MÉTODO DIAGNÓSTICO
ISOLAMENTO VIRAL
 
  • Momento da coleta: do 1o ao 5o dia
  • Técnicas:
    • Inoculação em cultura de células
    • Inoculação em cérebro de camundongo
    • Inoculação intratorácica em mosquitos
  • Importância:
    • Vigilância de sorotipos




DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO
ELISA
 
  • Momento da coleta: após o 5O dia
  • ELISA de Captura de IgM
    • Método de escolha para diagnóstico
    • Detecção de infecções agudas/recentes
    • Boa Sensibilidade (92%)
    • Positividade:
      • 77% do 7o ao 10o dia
      • 100% do 11o - 15o dia ao 60o dia
      • 87,5% entre 61o e 90o dia (Nogueira, 1992)




MÉTODOS LABORATORIAIS PARA DIAGNÓSTICO DADENGUE 
  • Diagnóstico Sorológico
    • ELISA (IgM & IgG)
  • Diagnóstico por detecção de vírus ou antígenos virais
    • Isolamento do vírus
    • Imuno - histoquímica
  • Diagnóstico molecular
    • RT - PCR




DENGUE
COMPLICAÇÕES
 
  • Hemorragias importantes / coagulopatia de consumo

  • Hiperidratação

  • Choque hipovolêmico e/ou hemorrágico

  • Insuficiência cardíaca

  • Edema agudo de pulmão

  • Acidose metabólica / distúrbios eletrolíticos

  • Superinfecção / septicemia




NÃO ESQUECER: 
  • Fazer Prova do Laço

  • Medir PA em duas posições

  • Hidratar sempre

  • Orientar sinais de alarme

  • Notificar

Dengue




Ausência de febre por 24 horas sem terapia antitérmica
Melhora visível do quadro clínico
Ht normal e estável por 24 horas
Plaquetas em elevação
Reabsorção dos derrames cavitários
Estabilização hemodinâmica por 48 horas
CRITÉRIOS DE ALTA




Considerações Finais 
  • Não suspender amamentação

  • Retornar o uso da aspirina após normalização das plaquetas

  • Manter calendário vacinal

  • Não utilizar refrigerante para hidratar e sim SRO, água, chás e sucos




MANEJO CLÍNICO 
  • TEM DENGUE?

  • TEM HEMORRAGIA?

  • TEM SINAIS DE ALARME?

  • TEM CHOQUE?

Dengue 
4 PERGUNTAS BÁSICAS 
ESTADIAMENTO
E
CONDUTA 

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